segunda-feira, 12 de setembro de 2011

- Deusa barroca

                      DEUSA BARROCA



Tiradentes, princesinha

De raríssimo esplendor
É o orgulho de Minas
A capital do amor


Em sua gastronomia
O clima frio não faz mal
Pois esquento a minha gula
Nas panelas do festival


Eu vejo a dramaturgia
Numa grandiosa cena
Me embriago de fascínio
Em sua mostra de cinema


Mas nem só de festivais
Vive a bucólica cidade
Que trás o nome consagrado
Do mártir da liberdade


Seu espaço panorâmico
De pousadas e restaurantes
E das igrejas centenárias
Que formam um cenário elegante


Vindo pela estrada real
Chegando na musa barroca
O encanto é tão teatral
Que nos deixa de água na boca


Oh Divina Tiradentes,
O meu sentimento é verdade
Na chegada é alegria
Na partida é só saudade


Página dedicada ao amigo José Roberto Barbosa, coautor desta poesia em homenagem à cidade de Tiradentes, que além de um grande poeta, é também um respeitado compositor, escritor,
músico e cantor.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

- Diabetes




Imagem: health-news-diabetes-main













Diabetes
Quem a descobriu foi o Dr. Mundiquinho:
280 de glicose. Isso há 20 anos.
Nem de você desconfiava,
Não dizia nada,
Andava muda, calada.
Devagarinho entrou e eu
Nem me dei conta de nada.

Passei a urinar mais vezes, a POLIÚRIA, que agonia.
Quem mandou ser comilão e beberrão?
No excesso a encontrei.
No corpo a tremura,
Não foi falta de ternura.
Foi sensação diferente,
Doença que não se sente,
Nem tão pouco, causa dor.
Não mata, mas manda matar
E muito dos nossos órgãos pode atacar.


Sou descendente de quem a teve.
Ao descobrir entrei em depressão,
Depois aceitei o desafio e parti para a vitória.
Passei a estudar para vencer o grande vilão.
E descobri que a INSULINA é o pivô da história.

"Estudei calorias, a glicose, a mais simples das substâncias,
Que pertencem ao grupo dos açúcares ou CARBOIDRATOS".
Após esse estudo, descobri o mundo fantástico das verduras,
Das dietas, o controle rigoroso das calorias, dos carboidratos,
Passei a encarar como uma doce e saborosa aventura,
A contagem diária desses elementos nos meus pratos.

O resultado foi deveras assustador e surpreendente,
Passei a ter uma vida mais tranquila e mais saudável,
Com uns quilos a menos, com barriga a menos, mais contente,
Libertei-me da bebida e do cigarro, este vício abominável.

Nem toda vidraça estilhaça o mesmo som.
Ser poeta é vício, portanto, descarto a hipótese
De que todos nascem com o dom.
Para quem não o tem,
É necessário, para conseguir algo,
Treinamento e esforço muito grande.
Aprendi a sintetizar e resumir passou a ser minha defesa.
Daí, consegui observar melhor a natureza
E a fonte de onde emanava meu sofrimento e sentimento,
Que nasceu na montanha do momento.
Por tudo isso me atrevo a poetizar o diabetes.

(Homenagem ao médico Francisco S Fonseca)