segunda-feira, 14 de março de 2011

- Sonhador


SONHADOR




Da porta do meu escritório no segunda andar da minha casa
Vejo formigas nas suas labutas
Para garantirem mais um pouco de luz e sol.

Vejo pombas rola, saíras, sanhaços, beija-flores, sabiás laranjeira.
Da porta na horta vejo os ronk-ronks dos sapos
Tudo isso possibilita luz
Para os olhos dos sem-esperança
E dos vagas-trevas.

Vejo os canarinhos, os sanhaços, os bem-te-vis
De dia, se banhando no bebedouro e piscininha de pedra.
Nos intervalos do badalar dos sinos da Igreja Matriz de Rio Pomba
Estão compondo novas melodias
E afiando os seus bicos
Para tentar conquista o amor de seus pares.

Na horta ao lado vejo pesinhos de alface,
Graças às gotas de chuva
Estão dando novos impulsos em suas raízes.

Tudo é belo e divino e merecedor de todos os aplausos.

Para terminar minha dissertação
Aconselho aos sem-originalidade,
Aos sem-vida, aos sem-sem...
Que antes de abrirem o bico
Pensem que há vida no mundo!
Há formigas, há canários, besouros, crianças,
Muitas pessoas lutando e morrendo
Para que as folhas das árvores e das alfaces floresçam.

Sou uma pessoa que me alegro com as grandes e pequenas coisas,
À vezes conquisto somente as pequenas
Mas não me contento e luto pelas grandes.

Não sonho por um dia, mas pela vida à frente,
Por isso digo que ser um sonhador é estar vivendo
A cada dia com a sua força
Com o seu jeito de sonhar.












Nenhum comentário:

Postar um comentário