quinta-feira, 21 de abril de 2011

- Amanhã é sábado



Este poema de sábado, havia sido fragmentado
Em palavras desconexas, lançadas num
Porão escuro da minha memória.
Lá estavam guardados seus verbos exaustos,
Antigos andarilhos em busca da poesia perfeita.
Aberto, estavam prontas para se refazerem em frases,
Dizerem sonhos de quando se dorme ou se faz acordado.
Oferecer-se-iam à métrica, vestiriam versos vivos,
Sairiam outra vez caminhantes
A fim de fazerem respirar o poema de sábado,
Outrora cansado de tanta solidão.




Este é o meu poema para animar o sábado,
Com novas cores, novas linhas entre os olhos e o horizonte.
O poema da minha alma e do meu sangue
E ainda nem sei se posso escrever sobre meu sábado.
Este poema circula em mim, são pedaços de mim.
Ele está por ai na cidade ou vadio no mato
Na voz do vento.




Sou feito de sonhos interrompidos, detalhes...
Apesar de muito viajar ainda sinto falta de
Lugares que não conheci,
Experiências que não vivi




Estou escrevendo sobre o sábado numa sexta-feira, 1º de abril.
Meu filho Cláuton musicou o sábado e eu o estou poetizando.
Hoje é sexta, amanhã é sábado e depois vem logo o domingo.
Hoje é o dia da mentira e da cerveja, amanhã do presente,
Do casamento e de encontrar os amigos, de curtir um violão
E uma poesia na brasa, sô!



"Não há nada como o tempo passar e
Amanhã, certamente, chegar.
Todos os bares estarão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas,
Todos os maridos estão funcionando regularmente, tomara...
Haverá um renovar-se de esperanças,
Porque amanhã é sábado.


                          Haverá adolescências seminuas,
Haverá damas de todas as classes,
Haverá um beber sem contar
Haverá uma mulher dentro de um homem.
Porque amanhã é sábado".
("Vinicius de Moraes")
Ó Sexto Dia da Criação!

Nenhum comentário:

Postar um comentário