domingo, 29 de maio de 2011

- Talvez

Imagem: catinhodaspalavras.blogspot.com
Talvez se eu fosse um terrorista, um ditador,
Um milionário jogador de futebol,
Um terráqueo que suas letras musicais marcassem época,
Eu seria conhecido.
Mas sou um simples cidadão que nunca pensou em glória,
Mas sempre procurou fazer o melhor,
Até conquistar suas vitórias.


Espero que você me lendo seja coautor de meus versos.
É esse leitor que salvará a poesia.
Eis que tudo isso pra mim é um grande desafio.
São coisas ocultas e, talvez, adormecidas em calmaria.
Percebi agora que perdi muito tempo com questões menores,
Bloqueando caminhos, emperrando a oportunidade poemática
O que fez manter minha poesia distante de sua urgência.
E tudo se tornasse dramática.


Por favor, não me analise.
Não fique procurando cada ponto fraco meu.
Se ninguém resiste a uma análise profunda,
Quanto mais eu.
Sou um bailarino inábil
Executando seus primeiros passos
Com as letras da vida.
Caminhando nas palavras,
Descrevendo o que o coração dita, consolida.


Talvez ninguém nunca vá saber o que se esconde em meu sorriso.
Talvez, assim, poemas possam cumprir o seu papel.
Há poetas, por exemplo, que fingem ignorar outros,
Enquanto elegem seus amigos para as resenhas e antologias.
Isso inibe o surgimento do novo, do surpreendente, da diferença.
Impedem de levar a poesia ao leitor.
De fazê-lo identificar o debate, a honraria,
De possíveis formas de lapidação do pensamento,
Que fertiliza e fomenta novos mundos a serem explorados pela poesia.


Estou escrevendo numa tarde chuvosa,
Procurando nos escombros que inventei
Sem conhecer um rosto que escondi
As palavras e silêncios que guardei.
Ah, se você soubesse que pra tudo isso tive
Que deixar de ser eu mesmo, pra ser nós!


E agora, como podem ver,
Tenho um pouco de poesia.
Deixem-me escrever, pois aqui pelo menos
Tenho a ilusão de ser livre.
Tendo a facilidade de difundir
Publicações impressa e eletrônica no meu BLOG.
A liberdade de ser o meu próprio agente literário.
Estou procurando em mim a sabedoria e encontrei...
É... talvez!

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