Um bom cardápio deve conter boas vindas,
Romance, mistério, reviravoltas de enredo,
Passagens picantes e finais adocicados.
No final é sempre sobremesa. Segredo!...
A coisa de que mais gosto
É ler o cardápio de cabo a rabo, como se diz.
Talvez excedo.
E a que eu menos gosto
É quando chega o garçom, o maître,
Quando estou concentrado no texto,
Tentando nos conhecer no contexto,
E aventura-se a nos convencer disso e daquilo,
Recitando recomendações do dia: Aposto.
Todas as coisas bonitas
O cardápio nem ainda me disse,
Nem ainda me conquistou.
Ainda estou nos capítulos,
Não cheguei ao epílogo.
Deixe-me a sós, por favor,
Antes que me enguice...
Eu só usaria o maître como dicionário.
Por favor: que quer dizer “isto aqui”?
Autoritário...
Geralmente em francês, “sauté”, “gratin dauphionois”,
Que dá uma conotação de mais respeitabilidade,
Elegância e erotismo ao prato e ao restaurante.
Afinal eu fui ali pra ler o cardápio e comer.
Adoro cardápios e observar seus erros e virtudes.
Até já me aventurei a fazer diversos para restaurantes
De Cabo Frio e aprender.
Quando você está prestes a um pedido descrever
E com diversas pessoas à mesa,
Nunca peça um prato no restaurante
Apenas para lhe dar prazer,
Peça de modo consistente, mas com leveza.
O negócio é pedir opinião a todos e desconsiderá-las.
Falar o nome de um prato e pedi-lo de maneira elegante.
Isso vai dar inveja e respeito a quem você perguntou,
Seu colega de trabalho, seu amigo de infância,
Seja lá quem for.
Você seria extravagante.
Você vai provar que sabe escolher
Coisas mais gostosas do que eles; acrescer.
Você nunca chamaria legumes de vegetais,
Nem comeria lasanha com “z”, nem coco com acento
E nem escreveria abreviatura de horas com “s”.
Uau!!! Tudo isso, adicionais!!!
22.04.2011
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