sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Dançar de rosto colado

                                                                                                        02.11.2011
Pag. 53/54 do meu livro ANTOLOGIA EM PROSA & VERSO













Rosto colado é coisa que os jovens de hoje
Não conhecem como preliminares
De um ato de sedução como nos bailes de antigamente
Tudo em busca de um romance.

Uma cervejinha normalmente era um combustível
Para encorajar o rapaz para
Atravessar o salão em busca do “vamos dançar?”
Tudo depois dos olhos já se terem cruzados.

Éramos audaciosos e puros
Em busca de um clima favorável
Que podia até chegar a cochichos ao pé do ouvido
Ai Jesus!

Nos tempos atuais não há mais rosto colado
São poucos os bailes com conjuntos melódicos
O beijo roubado quando a luz diminuía de intensidade
Foi trocado por apostas que as garotas fazem
De quem beija mais garotos.
Vulgarizou-se o ato mais sublime de um início de conquista.

Não se dança mais
Os requebros e os pulos substituíram os passos cadenciados
O barulho do bate-estaca acabou com o diálogo
Sem diálogo não há sedução.

Está bem, sou velho quando falo em “rosto colado”
Mas ninguém pode roubar da minha memória
Um tempo mágico onde
O cavalheirismo de uma dança
Fazia-nos flutuar por salões com pessoas especiais.

Quem não dançou uma vez na vida
De rosto colado não sabe o que perdeu
Quem não dançou com grandes orquestras
Como Grenn Millher, Ray Conniff, Paul Mauriat
Maurice Jarre, Montovani, James Last
Casino de Sevilha, Orquestra Româticos de Cuba
E  Gipsy Kings (da foto) não sabe o que perdeu.

Um comentário:

  1. Como eu concordo com esses versos. Quem nunca teve isso não sabe o que perdeu. Uma delícia!

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