PAG. 101 do meu livro ANTOLOGIA EM PROSA & VERSO
Agora, 20 h do dia 24
de dezembro
Estamos saindo para a
casa de Maria do Rosário
De 93 anos de muita
experiência e labor
Ela, minha sogra, mãe
da Fernandina, meu amor.
Penso que lá a gente não deve perguntar:
Que tipo de carro a
gente costuma dirigir
Mas quantas pessoas
Que necessitavam de
ajuda nós transportamos
Qual o tamanho de nossas casas
Mas quantas pessoas
nela nós abrigamos.
Sobre as roupas dos nossos armários
Mas quantas pessoas ajudamos
a vestir
O montante de nossos bens materiais
Mas em que medida eles
ditaram nossas vidas.
Qual foi o maior de nossos salários
Mas o que nós
comprometemos com o nosso caráter para obtê-lo
Quantas promoções recebemos
Mas a forma como nós
promovemos outras pessoas
Qual foi o título do cargo que nós ocupávamos
Mas se nós o desempenhamos
com o melhor de nossas habilidades.
Não se deve perguntar
Quantos amigos tivemos
Mas de quantas pessoas
nós fomos amigos.
O que você fez para proteger seus direitos
Mas o que você fez
para garantir os direitos dos outros.
Em que bairro ou cidade moramos
Mas como tratamos nossos
vizinhos
Como nossa família nos trata
Mas como tratamos
nossos familiares.
Não devemos perguntar
O que você dá de
presente no natal
Mas se você vive o
natal no seu dia a dia.
Se o natal é a
comemoração do nascimento
Do Menino Deus como
vimos ontem na comemoração
Na casa da minha sogra
e nas suas belas palavras
Ou apenas um presente
dado.
Sobre sua riqueza, mas sobre suas virtudes e dignidade...
É natal...
E Deus vai perguntar...
É Natal ?
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